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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


John Maddog Hall fala sobre projeto Cauã e Internet gratuita no Brasil

A palestra internacional principal do segundo dia de Campus Party apresentou o ícone John Maddog Hall, que deu suas opiniões sobre a comunidade Linux, além de prestar explicações sobre o atual contexto tecnológico. Maddog também aproveitou para explicar detalhes sobre seu projeto Cauã, criado em 2008 no Brasil.

Maddog quer instalar em nosso país 400 milhões de thin clients, computadores ligados a servidores com poucos aplicativos, junto com uma rede pública e aberta, que pode se disseminar ainda mais com a colaboração de desenvolvedores e usuários. Ao invés de fazer uma palestra com sua "fúria" característica, John Maddog fez uma exposição calma - e muito aplaudida pelos fãs de Linux - sobre a importância da economia de recursos energéticos e da Internet via Wi-Fi para o nosso tempo, compartilhando programas com maior velocidade.

Saindo do discurso convencional sobre liberdade defendido pela maioria dos usuários de software de código aberto, Maddog alertou que todos os trabalhadores e os empreendedores de tecnologia devem estar atentos ao consumo excessivo que afeta o meio ambiente, criando soluções que possam reduzir possíveis danos e otimizar o trabalho.

O projeto Cauã é definido como uma rede Free and Open Source Software and Hardware (FOSSH), fornecendo, sem domínio da rede, um meio de conectar computadores pequenos de forma massiva. Isso significa menos consumo de energia elétrica que os tradicionais desktops e notebooks causam em áreas urbanas, o que pode nos obrigar a construir outra usina hidrelétrica do tamanho de Itaipu em pouco tempo.

Os ideais defendidos por John Maddog tanto na palestra quanto em seu projeto contam com um vínculo de identificação muito próximo com a situação do Brasil: O de trazer acesso aos menos favorecidos socialmente. A internet nas mãos de mais pessoas, e não apenas pelos atuais planos governamentais, garantiria um número maior de profissionais bem qualificados para o mercado.

E o palestrante foi categórico em dizer: "Quanto mais você trabalha, mais dinheiro você faz. É por isso que eu sou um capitalista!". Seu discurso, de fato, é muito distante de outras personalidades ligadas ao Linux, como Richard Stallman. No entanto, seu ideal de liberdade é, também, oferecer oportunidades dentro do capitalismo. Será que isso será suficientemente implementado nas áreas urbanas brasileiras?

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